quinta-feira, agosto 03, 2006

Blow Up (universo 3 em férias)


Blow Up(1966), de Michelangelo Antonioni

Blow-Up(1966) do director Michelangelo Antonioni expõem-nos e examina a natureza da realidade através da fotografia, bem como a natureza da percepção humana. Partindo do Princípio da Incerteza ou da Indeterminação (1927) de Werner Heisenberg que afirmou que é impossí­vel especificar e determinar, simultaneamente e com precisão absoluta a posição e a velocidade de uma partícula, pois o próprio acto de medida perturba, até certo ponto, o fenómeno. Assim partindo deste pressuposto, Antonioni reivindica que o acontecimento observado, está alterado pela mera presença do observador. A observação, não é nunca um processo neutro ou abstracto. O princí­pio adjacente da narrativa de Blow Up será o de nenhum fenómeno ser puro, pois quando as emoções humanas entram no jogo, deixam em consideração a culpa, o obsessão e, finalmente, o medo.
Londres, anos 60, um fotógrafo very stylish, Thomas (David Hemmings), vive uma carreira de excesso e glamour. Thomas vê algo (ou talvez não) ao fotografar, num parque de Londres por mera casualidade. Thomas torna-se então obcecado pela possibilidade de ter fotografado um assassinato. (é aquele um corpo sob os arbustos?) Enquanto a sua obsessão cresce, Thomas repetidamente amplia, estuda, e monta os seus negativos para encontrar a prova final, a evidência da ocorrência possível.
Uma outra imagem indelével, que enfatiza a linha entre a realidade objectiva e a ilusão, encontra-se no final do filme, no qual Thomas participa com um grupo de jovens mascarados numa pantomima, lança-lhes uma bola de ténis invisível e jogam um jogo impossível de descrever. As bolas, as raquetes de ténis e a audiência não existem. Na mente de Thomas ouve-se a ilusão, o som de um jogo real do ténis, através do soundtrack do filme.
Qual a natureza da realidade? Não deformamos o natural com interpretações e inflexões. Será que houve um assassinato? será que houve um morto? Ou a imaginação voyeuristica de uma mente num quotidiano delirante? (http://www.voyeurprojectview.org)

Etiquetas:


referer referrer referers referrers http_referer