segunda-feira, setembro 25, 2006

Ser professor ou não Ser

A profissão de professor já não é o que era. Os alunos não nos oferecem maçãs, oferecem-nos sim, algumas dores de cabeça. O professor não é intocável, pelo contrário, vive no limbo entre as queixas dos pais e as queixas dos filhos. Ser professor já não é só uma arte, a arte de ensinar, de transmitir conhecimento. É às vezes uma provação, um desgaste. O professor entra na escola às 8.00 da manhã, sai às 19.00, corre para casa, janta, prepara aulas e dorme, muitas vezes um sono desasossegado, a pensar já no dia seguinte, na turma difícil que vai ter a meio da manhã, na matéria complexa que vai ter de ensinar subtilmente para não cansar, nas estratégias a usar, nos conflitos a gerir.
Ser professor é ser mil personagens disfarçadas, é rir e chorar, é rejuvenescer, mas também envelhecer.
Ser professor foi uma opção inicial, agora é por vezes uma obrigação, um querer e não querer, um poder e não poder. O caminho do professor é cheio de pedras a transpor, é um caminho de luta entre a incerteza e a dúvida, por oposição à maravilha e ao deslumbramento de ensinar, de marcar a vida dos alunos.
Ontem vi, pela segunda vez, "O sorriso de Mona Lisa", e hoje, ao chegar a casa, depois de ter passado o dia entre "mil" matérias e dezenas de alunos, revisitei a amargura que reside na dificuldade de ser professor...

(...)"Professor sou-o por fatalidade. Mas alguma coisa se me impõe na avidez dos alunos que me escutam, na necessidade de responder à sua descoberta do mundo - e assim me invento o professor que não sou, e eles imaginam em verdade o que é em mim só ficção."(...)
Vergílio Ferreira

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"O Sorriso de Mona Lisa"

Uma professora serve de inspiração para as suas alunas, após decidir lutar contra normas conservadoras do colégio em que trabalha.

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"Mentes perigosas"

LouAnne Johnson é colocada como professora de um grupo de rebeldes adolescentes que aceitam o insucesso como forma de vida. Determinada em ganhar-lhes a confiança e a fazer a diferença nas suas vidas, LouAnne não olha a meios para atingir fins aprendendo, no limite, algumas duras lições.

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"Clube dos poetas mortos"

Um carismático professor de literatura chega a um conservador colégio, onde revoluciona os métodos de ensino ao propor que os seus alunos aprendam a pensar por si mesmos.

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"O Clube do Imperador"

William Hundert é um professor, verdadeiramente apaixonado pelo seu trabalho, que crê firmemente que a vida de um cidadão deve ser regida por princípios de integridade.
Esta é a mensagem que tenta transmitir aos seus alunos. Contudo, o seu método de ensino vai ser posto à prova por um novo aluno, Sedgewick Bell, filho de um Senador, que entra em confronto directo com o professor e tenta arrastar os colegas nos seus actos de rebeldia. O desafio a que Hundert se propõe é modificar o carácter rebelde de Sedgewick, e ganhar a sua confiança.

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9 Comments:

Blogger sandra said...

«O professor é um actor», alguém disse. Somos como o palhaço que anima nos dias de maior tristeza. Mas outros dias há bastante gratificantes. Pensando na profissão como uma arte (que é), o alento chega e lembrando filmes como os que aqui expões( o «Clube dos Poets Mortos» é para mim uma eterna inspiração)todos os novos dias são uma certeza da dignidade e magia da nossa profissão.

9:00 da tarde  
Blogger Arpedro said...

Essa magia está-me a faltar. Espero que, tanto para mim como para ti, seja apenas uma fase. De qualquer forma, ainda lembro de forma muito viva, as aulas em que parecia que conseguia acrescentar algo de novo às vidas daqueles jovens que em frente a mim se sentavam.
Lembremo-nos destes filmes...

11:46 da tarde  
Blogger d. said...

"as aulas em que parecia que conseguia acrescentar algo de novo às vidas daqueles jovens que em frente a mim se sentavam."

Não tenho dúvida nenhumas que, mesmo com todas as dificuldades, acrescentam sim! Acho é que tudo o que envolve o acto de ensinar e ser professor, o estado da educação, o reconhecimento, remuneração... Tudo isso está podre e pode ofuscar a vossa visão!

E mesmo com todos os podres, com a dificuldade de carreira, soyon, soyon, tem a gratificação que dificilmente encontras noutras profissões! Falo com a experiencia de filha de professora acabada de deixar o ensino para fazer carreira empresarial! ;) Não tem NADA A VER!

Off Topic, ó storas? Vai haver iaula? looool

9:28 da manhã  
Blogger Susana Fonseca said...

LOL. A menina esquece-se que nós não damos aulas a gente do norte? Estamos em Amadora city!!! Tenho que lembrá-la 18 vezes??? Isso deve ser da fominha, está na hora de almoçar!

12:51 da tarde  
Blogger d. said...

Ei, nos temos micro amadoras, não na periferia, mas espalhadas pela cidade! Não é bem a experiência da minha mãe, mas.... Essas podem ser bem mais gratificante!

Estou com desejos de francesinha, quem me acompanha?

3:48 da tarde  
Blogger Lord of Erewhon said...

Huummm... eu penso que é de uma grande sagacidade laboral... equacionar créditos e débitos... o actual Ministério não vos proporciona boas condições de trabalho...? A resposta é simples: boicotem!

10:50 da tarde  
Blogger Psipsina said...

cá pelo sul é mais : o stôra, vá lá na dê aula!
Pois isto de ser professora cada vez é mais duro, mas tem muitas coisas boas. Uma é saber que não há nenhum dia igual, nem sequer parecido.

8:52 da tarde  
Blogger Psipsina said...

Ops, esqueci-me de fazer uma sugestão para este tema. Vejam um documentário francês "Etre e avoir" sobre um professor em final de carreira numa escola de aldeia.

8:57 da tarde  
Blogger Susana Fonseca said...

Conheço esse filme, mas de facto ainda não o vi. Obrigada pela sugestão.

2:59 da tarde  

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