sábado, julho 28, 2007

In the Mood for Love


Disponível Para Amar

País: Hong Kong/França

Realização: Wong Kar-wai

Elenco:
Tony Leung Chiu-Wai
Maggie Cheung







Sinopse:
Dois casais mudam-se para um condomínio. Não se conhecem, mas ambos têm algo em comum, Chow Mo-wan (Tony Leung Chui-Wai) e Su Li-zhen (Maggie Cheung) são casados com cônjuges totalmente ausentes, sempre em viagens de negócios, mas ambos têm ainda mais em comum, o segredo desvendado da relação que os seus cônjuges mantêm.













Comentário:
Posso começar por referir a música, uma banda sonora esplêndida que acompanha todo o filme e se intensifica na câmara em slow motion, que foca os momentos de solidão que as personagens vivem. A câmara lenta como lentos os sentimentos, lentas as vidas.
Uma mulher e um marido ausentes, que das poucas vezes que surgem, nunca mostram os rosto, são apenas uma espécie de leitmotiv para a história que Chow e Su viverão.
Essa história não é explícita fisicamente, temos fugazes toques de mãos (o último, o da despedida, prolongado, quando Su fica sozinha e passa o toque da mão dele pelo seu próprio braço)um choro sentido no ombro, num abraço, há gestos e não consumação, mas há uma profundidade, uma sintonia e uma cumplicidade sublimes. Há a paixão confessa, que prova a velocidade com que os sentimentos crescem e não se controlam.
Nessa história há primeiramente a vontade de reconstruir os momentos dos amantes, uma dor e uma angústia, há por outro lado uma tentativa de negação, uma recusa em fazer o mesmo, uma revolta, mas um desejo contraditório de o fazer, uma paixão, afinal estavam ambos "disponíveis para amar".
Falam do casamento, da liberdade de se estar sozinho, da impossibilidade de, quando casados, estarem individualmente bem, diálogos em ruas silenciosas, apenas com a presença da chuva, ou do fumo de um cigarro, em movimentos e passos lentos ao som de Nat King Cole.
Há uma história pura que envolve solidão, dúvida, tristeza e medo, um desencontro, um arrependimento, um abandono. Há a porta 2046 que se fecha. Há o segredo sussurrado não na árvore, mas numas ruínas do Cambodja, não coberto de lama, mas de erva verde, "quizas" uma esperança perdida e guardada.
Um filme absolutamente divino.

"Ele recorda esses anos perdidos como se olhasse através de uma janela empoeirada. O passado era algo que ele podia ver, mas não tocar. E tudo o que vê está turvo e indistinto."

Etiquetas:

8 Comments:

Blogger spring said...

olá!
"In the mood for love" é a reinvenção do melodrama ou melhor o melodrama moderno pelo olhar de Wong Kar-Wai.
aqui a música de Nat King Cole surge como intérprete e não como banda sonora...fabulosa!
"simplesmente" um filme belo, numa época em que a ternura e o olhar andam tão arredados dos écrans.
cumprimentos cinéfilos
paula e rui lima

7:09 da tarde  
Blogger [m.m. botelho] said...

Um presente: "Yumeji's Theme", composto e gravado por Shigeru Umebayashi, tal como soa na fita do Kar-Wai (mp3).

12:50 da tarde  
Blogger [m.m. botelho] said...

Não, melhor do que isso: a banda sonora completa do filme.

Um abraço.

12:54 da tarde  
Blogger pseudo-autor said...

Esse filme passa amanhã numa mostra de cinema aqui no RJ e, com certeza, meu lugar já está garantido (já comprei ingresso e tudo!). Nunca consigo ver os filme do Won-Kar-Wai no cinema durante o seu lançamento (só colocam seus filmes aqui em salas distantes, privilegiando um público elitista). Espero que não façam a mesma coisa com My Blueberry Nights (já que se trata de uma produção feita com dinheiro americano).

(http://claque-te.blogspot.com): Fabricando Tom Zé, de Décio Matos Jr.

Outros Blogs:
http://fotovoyeur.zip.net
http://houseagency.blogspot.com
http://cave.zip.net

1:43 da tarde  
Blogger Lorde David said...

Um filme extremamente romântico e nostálgico, melhor apreciado pelos solitários que ainda não tiveram a boa fortuna de encontrar seu par. Cada momento é para ser contemplado e degustado, de tão belo que atua em nossos sentidos. Um beijo.

3:57 da tarde  
Blogger Susana Fonseca said...

Rui:
De facto Nat King Cole é um intérprete, uma espécie de narrador, que acompanha os melhores momentos do filme, narrando através do poder da sua música e das suas palavras.

M.M.Botelho:
Obrigada, esse tema é simplesmente maravilhoso, procurei saber, depois de ter visto o filme, quem o interpretava, com o intuito de comprar o cd quando pudesse. E agora recebo este presente. Obrigada mesmo.

Contra-regra:
Espero que tenho sido agradável vê-lo no cinema, eu não tive essa oportunidade infelizmente.

Lorde David:
O filme actua mesmo nos nossos sentidos, e cada momento é um momento de imenso prazer a libertar diversas sensações.

8:13 da tarde  
Blogger Loot said...

Simplesmente magnífico

12:15 da tarde  
Blogger Arpedro said...

Não vi o filme. Fá-lo-ei um destes dias, mas parece-me tratar-se de uma bela história, que pode acontecer com qualquer um de nós, a qualquer momento. Às vezes, a paixão cresce memsmo a uma velocidade alucinante, sendo impossível controlá-la. Acho que nessas alturas também não se pretende fazê-lo.
Gosto sempre das tuas sugestões, embora nem sempre tenha oportunidade para lhes dar seguimento.

10:56 da tarde  

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