quarta-feira, outubro 03, 2007

Os comedores de pérolas


Os Comedores de Pérolas - João Aguiar

Sinopse:
Jornalista de profissão e escritor nas horas vagas, Adriano descobre-se, de repente, na meia-idade. A vida não passa de um jogo extremamente cruel e ele dá consigo "sentado à beira da água opaca, a fumar o cachimbo e a morder um caule de erva que sabia a fénico"… O resultado do choque é um suicídio frustrado e uma fuga, sem esperança para Macau.
Em Macau, descobre um passado de que nunca suspeitara e descobre também a angústia sorridente da próxima reintegração na China. Mas a "pérola do Oriente" reserva-lhe uma outra surpresa: mergulhado brutalmente numa intriga que já fez vários mortos, Adriano é obrigado a esquecer as reflexões pessimistas sobre a vida e o mundo, para ceder ao instinto primitivo de lutar pela sua sobrevivência.

Comentário:
"Os comedores de pérolas" faz parte de uma trilogia do autor (juntamente com "Dragão de Fumo" e "A Catedral Verde") sobre Macau.
O livro partindo de uma espécie de intriga policial, acaba por focar o papel da China e de Portugal em relação a Macau, deixando no ar a despedida que se avizinhava em 1999.
Após uma administração que durou 442 anos, a Cidade do Santo Nome de Deus de Macau, Não Há Outra Mais Leal (nome dado pela administração portuguesa) passou para as mãos da China e o autor vai-nos dando algumas amostras das transformações e influências ocorridas, de parte a parte.
Numa escrita sempre bem humorada e irónica João Aguiar volta a surpreender-me, e a confirmar a opinião que sempre vou tendo cada vez que leio um livro seu. Para mim é dos melhores escritores portugueses, ou pelo menos dos mais interessantes e simples, longe das pretensões de muitos outros.


"Ter passado do Nada para o Talvez é o que levo comigo.
Não é uma fé que satisfaça o padre Frazão. Mas já é alguma coisa.
Não será em vão que, por enquanto, esta ainda é a Cidade do Nome de Deus."

Etiquetas:

4 Comments:

Blogger Unknown said...

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Viajar, viajar..

Não é o que a Lua nos faz? Principalmente quando está escura. ^^

Diannus.

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7:47 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Para mim é dos melhores escritores portugueses, ou pelo menos dos mais interessantes e simples, longe das pretensões de muitos outros.

Talvez isso não passe para a escrita (li apenas O Navegador Solitário, O Homem Sem Nome e alguns Bando dos 4 há muito tempo) mas pessoalmente foi uma pessoa intratável e ridícula quando tive oportunidade de o conhecer, ainda andava no secundário... Precisamente no pólo oposto do simples e do despretensioso.

1:31 da manhã  
Blogger PostScriptum said...

Para mim, é também dos maiores vultos da escrita portuguesa.
Beijinho. S.

11:04 da manhã  
Blogger d. said...

Só li a Encomendação das Almas! Gostei muito! ;) Beijoca

8:14 da tarde  

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